O melhor lugar do mundo não é referenciado em latitudes ou longitudes cartográficas. É uma cidade itinerante com largos portões feitos de felicidade. Na vida é sempre esperado, porém nem sempre possível estar feliz o tempo todo. Às vezes brigamos por coisas bobas e sem motivo. Às vezes deixamos o shampoo cair no olho e isso nos faz chorar.
A palavra “verdade” carrega um significado angustiante. Indica permanência. Conclui definições que não admitem contestação. E sempre exigimos a verdade acima de todas as coisas, por mais que machuque, que desmanche sorrisos, que comporte espinhos. A ausência da verdade é mais que uma mentira: é traição e faz confundir verdade com desilusão. A verdade é ponto de vista. Faz duvidar das impossibilidades e das coisas obvias. É querer criar. Não se estabelece em línguas que somos fluentes ou palavras bonitas.
Às vezes enfrentamos tempestades e a chuva escorre nossas vontades pelo meio fio. Quando estamos bem no meio do caminho sem desculpas convincentes, sem analgésicos nem guarda-chuvas.
Pra ver você feliz, escrevo dias ensolarados. Espalho aquarela no céu com suas cores preferidas. Troco luneta. Faço caleidoscópio para observar estrelas e inventar constelações de meio-dia. Para ver você feliz penso em planos mirabolantes para camuflar pequenas surpresas nas inevitáveis rotinas. Para ver você feliz te distraio com realidades fantásticas enquanto os furacões da vida normal passam. É só o que eu posso fazer. Tempo ruim é meteorológico e se você conseguir enxergar a esperança, até a chuva tem sua sombra feita de arco íris.
As cartas de amor são sentimentos portáteis. Não procure simetria na sua vida torta. E, acima de tudo sorria, pois até hoje não inventaram nada mais bonito que um leve sorriso. E, se existe uma só verdade pra acreditar, porque haveria tantas definições para a palavra “amor”?
Fragmentos do “Fragmentos”.
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